terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Attenborough, profeta da desgraça

Diz o conhecido apresentador da BBC David Attenborough que a raça humana é uma praga na Terra. Que já não há espaço, nem recursos para tanta gente. Ainda que não saiba o que define sobrepopulação, nem qual o limite que a Terra é capaz de comportar, sou levado a concordar com Attenborough que somos demasiados humanos no planeta e com tendência para sermos mais, pelo menos até 2050. Mas daí em diante deixo de concordar com naturalista inglês.

A sobrepopulação causa problemas de poluição local ou regional (e não global) e pressões de ecossistemas. Já a questão da falta de recursos é falaciosa. O também inglês Thomas Malthus levantou, há 200 anos, as mesmas questões que Attenborough ao defender a relação desequilibrada entre população e recursos naturais. Os receios de Malthus vieram a mostrar-se infundados. A posterior revolução industrial veio trazer ao Homem uma produtividade que baralhou as contas. Actualmente a humanidade é capaz de satisfazer as suas necessidades básicas e até de viver com um bem-estar desconhecido há dois séculos. O problema do esgotamento dos recursos é inexistente como Attenbourough devia saber. Resta o da poluição e ocupação excessiva dos territórios.

Existem duas formas de reduzir a população humana sobre a Terra. Uma é através de vastos programas de controlo da natalidade, manutenção da pobreza, falta de cuidados básicos de saúde e deficiente alimentação como defende Attenborough e a religião verde.

A outra forma é deixando que os países mais pobres se equipem com centrais termoeléctricas que garantam fornecimento de energia eléctrica constante e barata. Energia essa que permitirá a muitas pessoas melhorarem as suas condições básicas de vida. É deixando que a indústria se desenvolva nesses países. No fundo permitir que em África e noutras regiões mais pobres aconteça uma revolução industrial. É certo que haverá aumento de poluição durante algumas décadas. Mas depois, tal como aconteceu na Europa ou América do Norte, o crescimento demográfico irá inverter-se, a intensidade energética irá diminuir e a tecnologia tornará a actividade humana mais amiga do ambiente.

A sustentabilidade não se consegue nivelando por baixo o nível de vida no planeta, isto é, desindustrializando o Ocidente com tectos de emissão de gases de efeito de estufa. O equilíbrio consegue-se deixando que os países mais pobres percorram o caminho que o Ocidente fez no séc.XIX e XX.  

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