terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A improdutividade é uma vantagem das renováveis?

A Austrália é um dos poucos países que continua a ratificar o Protocolo de Kyoto e uma das nações em que a narrativa ecologista do aquecimento global mais está disseminada nas instituições oficiais. Paradoxalmente também é o mais exportador de carvão e tem um dos parques electroprodutores mais poluidores do mundo.

Recentemente o Energy Research Institute da University of Melbourne realizou o estudo Zero Carbon Australia Stationary Energy Plan onde defende que a Austrália poderá, daqui a 10 anos, ambicionar que toda a sua energia eléctrica tenha origem renovável. A proposta é que 40% venha de turbinas eólicas e a maior fatia de 60% venha de centrais Concentrated Solar Power (CSP). Não me parece necessário discutir a exequabilidade técnica, viabilidade económica e segurança energética desta solução. Espanha é provavelmente o país do mundo com maior experiência em centrais CSP e aqui fiz um cálculo do custo de produção destas centrais espanholas.

Mas ainda mais interessante é que neste estudo se afirma:
switching to a 100 per cent-reliant renewable energy strategy wins big: it would provide approximately four times more permanent jobs than the fossil fuel sector in Australia, and even offset the number of jobs lost in the switch-over 
Afirmar que é vantajoso as renováveis precisarem de quatro vezes mais de mão-de-obra para realizar o mesmo que actualmente mostra bem a objectividade e o bom senso de quem realiza estes estudos. Infelizmente é um argumento corrente no wishful thinking pró-renovável.

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