quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Índia projecta reactor nuclear a tório

A Índia poderá ter em 2020 um reactor nuclear experimental a produzir 300 MWe a partir da cisão de tório. O interesse indiano neste combustível prende-se com o facto de o país mais populoso do mundo dentro de poucas décadas ser também detentor das maiores reservas de tório do mundo. Para a humanidade esta notícia é importante dado que o tório é cerca de 4 vezes mais abundante do que o urânio para além de menos radioactivo. A utilização de tório como combustível dos reactores nucleares ao invés de urânio vem mitigar duas das maiores preocupações que rodeiam este tipo de energia, a longevidade das reservas de combustível e a gestão de lixo radioactivo.

Esquema de um reactor nuclear do tipo SFR
Estes problemas também serão praticamente eliminados com a industrialização de reactores nucleares de 4ª geração que usam neutrões rápidos para cindirem o isótopo de urânio U238 muito mais abundante do que o U235 usado nas actuais centrais. A China é um dos países que está a apostar nesta tecnologia e em Julho passado ligou à rede um reactor experimental de 20 MW.O reactor chinês é do tipo SFR (Sodium Fast Reactor) que usa sódio líquido em vez de água para arrefecimento.

Enquanto europeu acho particularmente preocupante que o Velho Continente possa perder a corrida no desenvolvimento de novas soluções de energia atómica. A industrialização de reactores nucleares que usem tório ou U238 como combustíveis será uma mina de ouro para exportação. O futuro da geração de electricidade de base passa por aqui e nenhum país passará ao lado. Aqueles que não tiverem a tecnologia terão que a importar.

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