segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Contratempos do pioneirismo tecnológico

Boeing 787 com as cores ANA
A Boeing apresta-se para entregar ao launch customer, All Nippon Airways (ANA), a primeira unidade do 787 Dreamliner, a mais recente aeronave do fabricante americano. E a entrega vai acontecer três anos depois do programado. O 787 Dreamliner constitui um passo em frente na aviação comercial e a Boeing promete uma redução de 20% de consumo face a aeronaves equivalentes. O atraso deveu-se maioritariamente a problemas decorrentes da radical decisão de dotar o 787 de uma estrutura e fuselagem em fibra de carbono e de incrementar o outsourcing na sua produção.

À semelhança do Airbus A320NEO, o 787 Dreamliner foi o lançamento da Boeing mais bem sucedido de sempre. E apesar de, como se comenta neste artigo, a Boeing só começar a ter lucro a partir do 45º 787 entregue e a viabilidade do programa requerer a produção de 1.000 unidades, parece ser unânime a importância do 787 no futuro da Boeing e da aviação civil.

De forma semelhante a Airbus atrasou o lançamento do mega A380 por razões técnicas. Já em operação, o incidente verificado com a falha de um motor num dos A380 da Qantas podia ter facilmente resultado num acidente de enormes proporções. Mas nenhum destes eventos abalou a opinião geral do sucesso comercial do A380 e da relevância que terá na mobilidade intercontinental nas próximas décadas.

Curiosamente a energia nuclear não goza do mesmo crédito. Não são poucos aqueles que condenam ao fracasso a mais recente geração de reactores da Areva precisamente pelo atraso que está a ocorrer na instalação dos primeiros em Olkiluoto 3 (Finlândia) e Flamanville 3 (França). Mas, tal como as mais recentes aeronaves, depois de se ultrapassarem os percalços técnicos que muitas vezes acontecem com as novas tecnologias, ficará o passo em frente na segurança e eficiência que o novo reactor EPR vai proporcionar na geração eléctrica.

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